sexta-feira, 3 de maio de 2013

Lenda do Norte


Matinta Perera um conto amazônico 

Cada região do país  tem sua cultura que abrange os modos de vida de toda uma sociedade como, a dança, costumes, pratos típicos, e claro...lendas.
Esta postagem, contará uma história que chamou muito a minha atenção por fazer-me lembrar da infância. Não, não sou amazonense. Lembra aquela velhinha que tinha na sua rua, que você e seus coleguinhas tinham medo de passar em frente do portão de sua casa porque todo mundo dizia que ela era uma bruxa ou algo do tipo? há não?...bom na rua que eu morava sim hahaha
Acredito que os mais velhos diziam isso, afim de fazer com que as crianças não perturbassem qualquer velhinha que morasse sozinha.
Bom vamos à historinha. 

Introdução 


A Matinta-Pereira, também conhecida como Mati-Taperê, é uma personagem do folclore da região norte do Brasil. É representada por uma mulher idosa e assustadora que veste uma roupa escura e velha. De acordo com a lenda, a Matinta passa as noites e madrugadas pelas ruas assoviando de forma estridente, amedrontando as pessoas.




A lenda da Matinta Pereira 



Se é um pássaro ou uma velha ninguém sabe explicar ao certo. O que se sabe é que quando a Matinta assobia, o caboclo respeita e se aquieta. Imitam eles, dizendo que "em dada noite estavam em tal lugar quando de repente: Fiiiiiiiiiit, matinta perera!"
Em cada localidade, a Matinta é um personagem sempre atribuído a alguma senhora de idade. Se for alguém que viva sozinha, na mata, e que não costume conversar muito, melhor ainda! Essa, com certeza, cairá na boca do povo como a Matinta Perera do local.
Dizem que de noite, quando sai para cumprir seu fado, a Matinta sobrevoa a casa daqueles que zombam dela ou que a trataram mal durante o dia, assombrando os moradores da casa e assustando criações de galinhas, porcos, cavalos ou cachorros.
Dizem ainda que a Matinta gosta de mascar tabaco. E quando lhe prometem o fumo, ela sempre vai buscar no dia seguinte, sempre às primeiras horas da manhã. Por isso, há uma espécie de macete para quem quer descobrir a verdadeira identidade da Matinta Perera: quando se ouve o assobio na mata, o curioso deve gritar bem alto: "vem buscar tabaco!". No dia seguinte, bem cedinho, a primeira pessoa que bate à porta do curioso vai logo dizendo a que veio: "bom dia, seu fulano! Desculpe ser tão cedo, mas é que eu vim aqui buscar o tabaco que o senhor me prometeu noite passada!".
Assustado, o curioso deve logo providenciar um pedaço de fumo para dar à indiscreta visita. Se não der o que prometeu, a Matinta Perera volta à noite e não deixa ninguém dormir.
Outra forma de descobrir a verdadeira identidade de uma Matinta é por meio de uma simpatia onde, à meia noite, se deve enterrar uma tesoura virgem aberta com uma chave e um terço sobrepostos. Garantem os caboclos que a Matinta não consegue se afastar do local.
Há os que dizem que já tiveram a infeliz experiência de se deparar com a visagem dentro do mato. A maioria a descreve como uma mulher velha com os cabelos completamente despenteados e que tem o corpo suspenso, flutuando no ar com os braços erguidos. Ao ver uma Matinta, dizem os experientes, não se consegue mover um músculo sequer. A pessoa fica tão assustada que fica completamente imóvel! Paralisada de pavor!
Dizem ainda que quando a Matinta Perera sente que sua morte está próxima, ela sai vagando pelas redondezas gritando bem alto "Quem quer? Quem quer?". Quem cair na besteira de responder, mesmo brincando, "eu quero!", fica com a maldição de virar Matinta. E assim o fado passa de pessoa para pessoa.



Aprisionando a Matinta 


Diz ainda a lenda que, a única forma de aprisionar a Matinta é executando alguns rituais: enterrar no chão (local onde passa a Matinta), à meia-noite, uma tesoura aberta com um terço e uma chave. Quando a Matinta passar por cima ficará presa.

A Matinta Pereira, também chamada de Matinta Perera, é mais uma lenda do rico e interessante folclore da região amazônica brasileira. Foi possivelmente criado há muitos anos atrás e é passado de geração para geração até os dias de hoje.